As Leis de Ohm, postuladas pelo físico alemão Georg Simon Ohm (1787-1854) em 1827, determinam a resistência elétrica dos condutores. Além de demostrar que no condutor a corrente elétrica é diretamente proporcional à diferença de potencial aplicada ele também definiu o conceito de resistência elétrica através, e assim postulou a 1ª Lei de Ohm.
Figura 01 - Primeira lei de OHM |
Figura 02 - Resistência de condutores |
Vamos supor que temos um pedaço de arame condutor que tenha um comprimento L , uma área transversal A e uma resistência R. A resistência elétrica, R deste condutor simples é uma função da resistividade do material do condutor, de seu comprimento, L e a área de condutores, A. Onde: R é a resistência em ohms (Ω), L é o comprimento em metros (m), A é a área em metros quadrados ( m2 ), e onde a constante proporcional ρ (a letra grega “rho”) é conhecida como resistividade do material, conforme fórmula da figura 05.
A seguir uma tabela com alguns materiais condutores, a resistividade e o coeficiente de temperatura.
Material ρ (Ω.m) ρ (Ω.mm2/m) α
Nicromo 1,10×10-6 1,10 0,0004
Platina 11,0×10-8 1,10×10-1 0,0039
Estanho 10,9×10-8 1,09×10-1 0,0045
Tungstênio 5,60×10-8 5,60×10-2 0,0045
Alumínio 2,83x10-8 2,83x10-2 0,0039
Ouro 2,44x10-8 2,44x10-2 0,0034
Cobre 1,72x10-8 1,72x10-2 0,0039
Prata 1,59x10-8 1,59x10-2 0,0038
Se conectando os dois condutores juntos em uma combinação de série, que é de ponta a ponta, nós efetivamente dobramos o comprimento total do condutor (2L), enquanto a área da seção transversal, A permanece exatamente igual a antes. Mas, além de dobrar o comprimento, também dobramos a resistência total do condutor, dando 2R como: 1R + 1R = 2R.
Figura 03 - Resistência diretamente depende do comprimento do condutor |
Note também que dobrando o comprimento e, portanto, a resistência do condutor (2R), para forçar a mesma corrente, i a fluir através do condutor como antes, precisamos duplicar (aumentar) a tensão aplicada como agora I = (2V) / (2R).
Em seguida, suponha que nós conectamos os dois condutores idênticos juntos em combinação paralela como mostrado na figura 04.
Aqui conectando os dois condutores juntos em uma combinação paralela, nós efetivamente dobramos a área total dando 2A, enquanto o comprimento dos condutores, L permanece o mesmo que o condutor único original. Mas, além de duplicar a área, conectando os dois condutores em paralelo, reduzimos a resistência total do condutor, dando 1 / 2R como agora cada metade da corrente flui através de cada ramal condutor.
Figura 04 - Resistência inversamente depende
da área do condutor
|
Assim, a resistência do condutor é inversamente proporcional à sua área. Em outras palavras, esperaríamos que a resistência elétrica de um condutor (ou fio) fosse proporcionalmente menor quanto maior fosse sua área de seção transversal.
Também duplicando a área e, portanto, reduzindo pela metade a resistência total do ramo do condutor (1 / 2R), para a mesma corrente, i fluir pelo ramo do condutor paralelo como antes, precisamos apenas da metade (redução) da tensão aplicada como agora (1 / 2V) / (1 / 2R). Assim, esperamos ver que a resistência de um condutor é diretamente proporcional ao comprimento (L) do condutor e inversamente proporcional à sua área (A).
Figura 05 - Cálculo de resistência de condutores |
A resistividade elétrica de um determinado material condutor é uma medida de quão fortemente o material se opõe ao fluxo de corrente elétrica através dele. Esse fator de resistividade, às vezes chamado de “resistência elétrica específica”, permite que a resistência de diferentes tipos de condutores seja comparada entre si a uma temperatura especificada, de acordo com suas propriedades físicas, sem considerar seus comprimentos ou áreas de seção transversal. Assim, quanto maior o valor de resistividade de ρ maior a resistência e vice-versa.
Por exemplo, a resistividade de um bom condutor como o cobre é da ordem de 1,72 x 10-8 ohm metro (ou 17,2 nΩm), enquanto a resistividade de um mau condutor como o ar pode estar bem acima de 1,5 x 1014 ou 150 trilhões de ohm metros.
Materiais como cobre e alumínio são conhecidos por seus baixos níveis de resistividade, permitindo assim que a corrente elétrica flua facilmente através deles, tornando esses materiais ideais para a fabricação de fios e cabos elétricos. Prata e ouro têm valores muito baixos de resistividade, mas, por razões óbvias, são mais caros para se transformar em fios elétricos.
A resistência também varia com a temperatura pois a resistividade varia com a temperatura. No caso dos metais, quando a temperatura varia de qi para qf a resistência do metal aumentará de R1 para R2 de acordo com a expressão: onde: Rf é a resistência do condutor na temperatura qf (final); Ri é a resistência do condutor na temperatura qi (inicial); Dq = qf - qi é a variação da temperatura e a é uma constante chamada de coeficiente de temperatura.
Para os metais o coeficiente de temperatura vale aproximadamente 0,004C-1 sendo positivo, isto é, se a temperatura aumentar a resistência aumenta. Existem materiais que tem o coeficiente de temperatura negativo, e portanto se a temperatura aumentar a resistência diminui, é ocaso dos semicondutores.
Então os fatores que afetam a resistência (R) de um condutor em ohms podem ser listados como:
- A resistividade (ρ) do material do qual o condutor é feito.
- O comprimento total (L) do condutor.
- A área da seção transversal (A) do condutor.
- A temperatura do condutor.
Exercícios resolvidos
1) Um condutor de alumínio tem 300 metros de comprimento e 2 milímetros de diâmetro. Calcule a sua resistência elétrica.
São dados: L = 300 m, D = 2 mm portanto o raio R=1mm e a área da secção poderá ser calculada com: S = p.R2 = 3,14.(1mm)2 = 3,14 mm2 = 3,14.10-6 m2
Podemos resolver esse exercício de duas formas, considerando a resistividade expressa em (Ω.m) ou considerando a resistividade expressa em (Ω.mm2/m).
a) Considerando a resistividade expressa em (Ω.m). Nesse caso o comprimento deve estar expresso em m, e a área da secção em m2 , portanto entrando na expressão que dá a resistência resulta em R = 2,67 Ω.
b) Considerando a resistividade expressa em (Ω.mm2/m). Nesse caso o comprimento deve estar expresso em m, e a área da secção mm2 , portanto entrando na expressão que dá a resistência resulta também em R = 2,67 Ω.
2) Um fio de cobre tem 2mm de diâmetro. Aplicando-se uma tensão de 10V resulta uma corrente de 1A. Qual o comprimento do fio?
São dados: diâmetro portanto podemos calcular a área da secção (S), tensão (U) e corrente (I) no condutor portanto podemos calcular a sua resistência (R), e da tabela obtemos o valor da resistividade (r): r = 1,72 x 10-8 W.m= 1,72 x 10-2 W.mm2/m;
S = p.R2 = 3,14. (1mm)2 = 3,14 mm2 ;
R = 10V / 1A = 10 Ohms;
No link a seguir há exercícios de aplicação: 07 - Lista de exercícios de Eletricidade básica.
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