Figura 01 - Transformador Desmontável Bender |
Os aparelhos imaginados para resolver tais problemas são de concepções que datam de mais de um século.
Figura 02 - Fotos do Transformador desmontável Bender |
Vamos nos restringir ao uso de um transformador desmontável para fins didáticos.
A figura 01 ilustra as partes que constituem esse 'kit Bender', que provavelmente já existente em muitas escolas e faculdades.
A figura 02 temos parte das peças que constituem o kit Bender sobre a bancada.
Experimentos com o 'kit Bender'
O 'transformador utilizado no kit possui um núcleo desmontável com área de 40 x 40 mm, o qual define a potência máxima deste transformador, veja figura 03.
Figura 03 - Dimensões do núcleo |
Se a tensão aplicada é de Up = 120 VAC, a corrente no primário ficará ao redor dos 5 A (Ip = 5 A); se usarmos a bobina de 300 espiras no primário e a de 5 espiras no secundário teremos a seguinte corrente:
Ip/Is = Ns/Np ;
Is = Ip.Np/Ns ;
Is = 5.300/5 ;
Is = 300 A .
Experimento 1 - Modo para se obter altas intensidades de correntes. Aplicação: Solda elétrica.
Figura 04 - Aplicação de transformador - Solda Elétrica |
O secundário é uma bobina de 5 espiras feitas com um tubo de cobre de parede espessa e cerca de 1 cm de diâmetro. Quando o secundário é posto em curto circuito a corrente assume valores de centenas de ampères.
Dois pregos (ou pedaços de arame) são colocados na parte de soldagem e, quando entram em contato, esquentam até o rubro e, eventualmente, se fundem.
Várias tiras pequenas de metal podem ser colocadas entre os pontos de solda; quando estes são apertados contra elas, soldam-se, veja figura 05.
uma às outras. Há um tubo isolante (fibra) separando o núcleo de ferro das espiras do secundário.
Veja o vídeo do experimento no link: Solda Elétrica com Kit Bender .
O anel de Thompson ou vulgarmente anel saltitante, é essencialmente um transformador de núcleo aberto no qual a bobina secundária se reduz a uma única espira de fio grosso. Na prática, o secundário é um anel metálico, normalmente de alumínio, de paredes grossas, veja figura 06.
Dois pregos (ou pedaços de arame) são colocados na parte de soldagem e, quando entram em contato, esquentam até o rubro e, eventualmente, se fundem.
Figura 05 - Fotos do experimento (A) - Solda Elétrica |
uma às outras. Há um tubo isolante (fibra) separando o núcleo de ferro das espiras do secundário.
Veja o vídeo do experimento no link: Solda Elétrica com Kit Bender .
Experimento 2 - Modo para levitar objetos. Aplicação: Anel de Thompson.
Figura 06 - Foto do experimento (B) - Anel de Thompson |
Quando a bobina primária (250 ou 300 espiras de fio de cobre esmaltado para corrente de 5 a 10 A) está conectada à rede elétrica (117 VAC), a corrente induzida na bobina secundária (anel metálico de parede grossa) é muito intensa (faça os cálculos!) e gera um forte campo magnético em seu interior.
A lei de Lenz aplicada ao sentido dessa corrente justifica a concordância das polaridades desses dois campos (o indutor e o induzido) e a conseqüente força de repulsão que surge no anel, fazendo-o saltar. Obviamente no sistema indutor (núcleo e bobina primária) aparece a reação dessa força de repulsão, comprimindo o sistema contra a mesa (ou sobre o prato de uma balança de molas, se o intuito do experimento é constatar o valor médio da intensidade dessa força, ou a validade da terceira lei de Newton).
É muito interessante observar o que ocorrerá quando o anel de alumínio (material mais utilizado) é resfriado em nitrogênio líquido. Tal resfriamento aumenta substancialmente a condutividade do material do anel, a corrente induzida adquire valores especialmente notáveis e o anel congelado saltará muito mais alto.
Se a bobina primária é 'energizada' e então abandonarmos o anel no centro do núcleo de ferro, ele irá levitar. Se tentarmos arrastá-lo para baixo, até o topo da bobina primária, iremos sentir uma força repulsiva muito intensa; talvez até consigamos levá-lo até lá --- mas, prepare-se para soltá-lo rapidamente pois o aquecimento que se manifestará será um bocado intenso.
Não nos esqueçamos da lei de Joule! A energia desenvolvida sob a forma de calor é proporcional à resistência elétrica do anel, ao quadrado da intensidade de corrente nele induzida e do intervalo de tempo que dura a indução.
Para uma explicação rápida do fenômeno basta informar que a bobina primária e o anel secundário comportam-se como duas barras magnéticas cujos pólos de mesmo polaridade se defrontam.
Para que o anel salte, o campo magnético gerado pela bobina não pode estar confinado ao núcleo (o que acontece quando o núcleo está fechado, como na foto ao lado). Ele deve se 'espalhar', de modo que B (vetor indução magnética) admita um componente vertical (que é responsável pelo estrangulamento do anel) e um componente horizontal/radial (que é responsável pela repulsão do anel para cima).
Se substituirmos o anel rígido por uma espiral toroidal fechada de fio de cobre, pode-se verificar o estrangulamento do anel toroidal.
Quando o fluxo está crescendo, o sentido da força de Lorentz sobre o anel é o de repulsão e, quando está decrescendo, é o de atração.
Este fato e a inércia do anel deveria impedir qualquer movimento, todavia, o desequilíbrio ocorre por conta da pequena indutância do anel, que atrasa um pouco a corrente e faz com que, numa pequena fração do ciclo, ocorra a concordância entre o sentido da corrente e o do campo, necessário para ocorrer a repulsão, conforme ilustração da figura 07.
Obviamente nenhuma das explicações dadas para o anel saltador aqui apresentadas no texto acima é completa; o aluno do ensino médio ainda não tem os recursos necessários para o entendimento da não uniformidade de campo magnético que se origina no núcleo e seus efeitos sobre o anel. Se fecharmos o núcleo (como na ilustração acima) o anel não mais apresentará qualquer tendência de 'saltar'; o que justifica esse meu parágrafo sobre a 'não uniformidade do campo'.
Com o núcleo fechado (conforme ilustração da figura 08) não ocorre considerável espalhamento do campo para fora do núcleo, o que é indispensável para o pulo do anel.
Veja o vídeo do experimento no link: Anel de Thompson com Kit Bender .
Para esta experimentação usamos da "calha". Esta consiste de um aro metálico (cobre ou latão), que comporta uma canaleta (um rebaixo) no círculo médio, fixado a um punho de madeira. No fundo é uma chapa circular com um sulco na região central capaz de reter uma pequena quantidade de água. Montando o sistema como se ilustra e ligando-se a corrente primária esta água ferve em segundos (2 ou 3 segundos!). Em 5 s toda a água já terá se vaporizado. Colocando-se a cabeça de um palito de fósforo nesta calha (em substituição à água), o fósforo arderá em segundos. A calha passa a ser uma espira única e de resistência desprezível; a corrente induzida alcança a casa dos mil ampères facilmente.
Veja o vídeo do experimento no link: Solda de Indução com Kit Bender .
O transformador elevador de tensão apresenta como primário uma bobina de 150 ou 300 espiras e como secundário uma bobina de 12 000 ou 24 000 espiras. A razão de transformação é a mesma nos dois casos:
Up/Us = Np/Ns , então, 110V~/Us = 150/12000 ==> Us = 8 800 V~
Up/Us = Np/Ns , então, 110V~/Us = 300/24000 ==> Us = 8 800 V~
Nos terminais da bobina secundário, onde teremos disponível a alta tensão alternada, ligam-se duas varetas metálicas, dispostas na vertical, em forma de V, lembrando um par de chifres. Eis as ilustrações da fira 10 e 11.
Os detalhes do funcionamento e as causas da subida da faísca nos chifres podem ser vistos, em detalhes, no trabalho que trata especificamente do "chifre elétrico".
Veja o vídeo do experimento no link: Arco Elétrico com Kit Bender .
Uma lâmpada de 117V/40W colocada em série com o primário (250 ou 300 espiras) acende com fraco brilho quando o secundário (que contém uma lâmpada de automóvel de 12V/70W) está aberto.
Ao se fechar o circuito secundário, a lâmpada de 12V brilha e a lâmpada da 110V/40W brilha mais intensamente, acusando um aumento da intensidade de corrente no primário.
Referências: Figuras e Texto retirado do site Feira de Ciências.
© Direitos de autor. 2017: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 21/01/2017
A lei de Lenz aplicada ao sentido dessa corrente justifica a concordância das polaridades desses dois campos (o indutor e o induzido) e a conseqüente força de repulsão que surge no anel, fazendo-o saltar. Obviamente no sistema indutor (núcleo e bobina primária) aparece a reação dessa força de repulsão, comprimindo o sistema contra a mesa (ou sobre o prato de uma balança de molas, se o intuito do experimento é constatar o valor médio da intensidade dessa força, ou a validade da terceira lei de Newton).
É muito interessante observar o que ocorrerá quando o anel de alumínio (material mais utilizado) é resfriado em nitrogênio líquido. Tal resfriamento aumenta substancialmente a condutividade do material do anel, a corrente induzida adquire valores especialmente notáveis e o anel congelado saltará muito mais alto.
Figura 07 - Aplicação de transformador - Anel de Thompson |
Não nos esqueçamos da lei de Joule! A energia desenvolvida sob a forma de calor é proporcional à resistência elétrica do anel, ao quadrado da intensidade de corrente nele induzida e do intervalo de tempo que dura a indução.
Para uma explicação rápida do fenômeno basta informar que a bobina primária e o anel secundário comportam-se como duas barras magnéticas cujos pólos de mesmo polaridade se defrontam.
Para que o anel salte, o campo magnético gerado pela bobina não pode estar confinado ao núcleo (o que acontece quando o núcleo está fechado, como na foto ao lado). Ele deve se 'espalhar', de modo que B (vetor indução magnética) admita um componente vertical (que é responsável pelo estrangulamento do anel) e um componente horizontal/radial (que é responsável pela repulsão do anel para cima).
Figura 08 - Transformador com núcleo fechado. |
Quando o fluxo está crescendo, o sentido da força de Lorentz sobre o anel é o de repulsão e, quando está decrescendo, é o de atração.
Este fato e a inércia do anel deveria impedir qualquer movimento, todavia, o desequilíbrio ocorre por conta da pequena indutância do anel, que atrasa um pouco a corrente e faz com que, numa pequena fração do ciclo, ocorra a concordância entre o sentido da corrente e o do campo, necessário para ocorrer a repulsão, conforme ilustração da figura 07.
Obviamente nenhuma das explicações dadas para o anel saltador aqui apresentadas no texto acima é completa; o aluno do ensino médio ainda não tem os recursos necessários para o entendimento da não uniformidade de campo magnético que se origina no núcleo e seus efeitos sobre o anel. Se fecharmos o núcleo (como na ilustração acima) o anel não mais apresentará qualquer tendência de 'saltar'; o que justifica esse meu parágrafo sobre a 'não uniformidade do campo'.
Com o núcleo fechado (conforme ilustração da figura 08) não ocorre considerável espalhamento do campo para fora do núcleo, o que é indispensável para o pulo do anel.
Veja o vídeo do experimento no link: Anel de Thompson com Kit Bender .
Experimento 3 - Modo para se obter altíssima intensidade de correntes. Aplicação: Forno de Indução.
Figura 09 - Aplicação de transformador - Forno Magnético |
Veja o vídeo do experimento no link: Solda de Indução com Kit Bender .
Experimento 4 - Modo para se obter alta tensão - Aplicação: Chifre elétrico.
Figura 10 - Aplicação de transformador - Chifre Elétrico |
Figura 11 - Foto de Aplicação de transformador - Chifre Elétrico |
Up/Us = Np/Ns , então, 110V~/Us = 300/24000 ==> Us = 8 800 V~
Nos terminais da bobina secundário, onde teremos disponível a alta tensão alternada, ligam-se duas varetas metálicas, dispostas na vertical, em forma de V, lembrando um par de chifres. Eis as ilustrações da fira 10 e 11.
Os detalhes do funcionamento e as causas da subida da faísca nos chifres podem ser vistos, em detalhes, no trabalho que trata especificamente do "chifre elétrico".
Veja o vídeo do experimento no link: Arco Elétrico com Kit Bender .
Experimento 5 - A corrente no primário depende da carga no secundário.
Figura 12 - Foto de Aplicação de transformador Correntes primário e secundário |
Ao se fechar o circuito secundário, a lâmpada de 12V brilha e a lâmpada da 110V/40W brilha mais intensamente, acusando um aumento da intensidade de corrente no primário.
Referências: Figuras e Texto retirado do site Feira de Ciências.
© Direitos de autor. 2017: Gomes; Sinésio Raimundo. Última atualização: 21/01/2017
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